Volta Às Boas
(texto originalmente publicado na Revista Rua Grande)
O
primeiro Homens de Preto foi feito em 1997, portanto no tempo em que a internet
era à lenha e as fotos da Carolina Dieckman pelada demorariam tanto tempo para
serem carregadas que, antes disso, já teriam sido proibidas pelo canetaço de
algum juiz. Já Homens de Preto II saiu em 2002, ou seja, há 10 anos atrás.
Se o
primeiro filme era uma comédia de ficção esperta, original e que agradou tanto
a crítica quanto o público, o segundo filme foi massacrado por ambos, apesar de
render os tubos na bilheteria mundial.
Uma
década depois, ninguém mais tinha o menor interesse em retomar a franquia
estrelada por Will Smith, Tommy Lee Jones e companhia, mas Hollywood, contra
todas as probabilidades, resolveu apostar em um terceiro capítulo, que está em
cartaz em praticamente toda e qualquer rede de cinemas ao lado de Os
Vingadores, o atual campeão de bilheterias e um filme muito divertido, sim
senhor (não viu, ainda? Corre pro cinema antes de continuar a ler o texto,
portanto).
Contrariando
todas as previsões negativas, Homens de Preto 3 (Men In Black III, 2012) é um
filme que esbanja diversão do começo ao fim.
Na
produção, o agente J (Smith) tem que voltar no tempo até 1969 para impedir que
o agente K (Tommy Lee Jones) seja assassinado por um alienígena que fugiu de
uma prisão no presente e que planeja invadir a Terra no passado. Chegando lá, J
precisa se unir à versão jovem de K (Josh Brolin, de Goonies e Onde Os Fracos
Não Têm Vez) para capturar o vilão. Parece complicado? No filme, não é.
Só a
atuação de Josh Brolin como o agente K do final da década de 60 já valeria o
ingresso. A imitação não menos que perfeita que Brolin faz dos trejeitos e da
entonação de voz de Tommy Lee Jones praticamente rouba o filme a cada aparição.
É impossível, desde a sua entrada em cena, não imaginá-lo como uma versão
rejuvenescida de Tommy Lee Jones.
Como se
não bastasse, MIB 3 representa um retorno muito prazeroso a uma franquia que é
pródiga em bom humor e originalidade visual. Os alienígenas do filme são um
trabalho de criação formidável, a direção de arte (leia-se: cenários,
principalmente a versão retro do quartel-general dos Men In Black no passado) enche
os olhos e a temática da viagem no tempo até a virada dos anos 60 para os 70,
em plena ebulição da contracultura, rende ótimas gags, envolvendo desde Andy
Warhol até o lançamento da Apollo 11 rumo à Lua.
Ironicamente,
a trama do filme se mistura com o resultado da produção. Os Homens de Preto
precisaram voltar no tempo para tirarem o gosto amargo que nos tinha deixado a continuação
de 2002 e resgatar o humor gaiato do original de 1997. Uma boa viagem.
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