Tô há horas por retomar o blog. Já tenho alguns textos prontos para serem vomitados sobre o teclado do computador, mas o tempo e a preguiça têm me feito um refém dócil e fácil de ser domado, uma verdadeira Patty Hearst com Síndrome de Estocolmo.
Somado a estes fatores, há a tensão (ou apreensão?) com o jogo de hoje à noite. Amanhã acordarei num pulo, com o sorriso estampado na cara amassada, desafiando as melenas despenteadas? Ou despertarei com o coração cinza e a alma nublada, me afundando cada vez mais na imensidão colorida do edredon em busca de um bom motivo para enfrentar a derrota?
Escrevo isto antes da batalha. E peço permissão para reproduzir um texto que me foi repassado por vários colorados via e-mail. Um texto, não. Uma canção de guerra.
Somado a estes fatores, há a tensão (ou apreensão?) com o jogo de hoje à noite. Amanhã acordarei num pulo, com o sorriso estampado na cara amassada, desafiando as melenas despenteadas? Ou despertarei com o coração cinza e a alma nublada, me afundando cada vez mais na imensidão colorida do edredon em busca de um bom motivo para enfrentar a derrota?
Escrevo isto antes da batalha. E peço permissão para reproduzir um texto que me foi repassado por vários colorados via e-mail. Um texto, não. Uma canção de guerra.

Lembre-se, torcedor. A soberba sempre vestiu três cores. Não façamos que ela mude de camisa nesse momento. É preciso termos os pés no chão. Nada está ganho. Nosso adversário é de um valor mundialmente reconhecido. Se faz necessária toda consideração à sua qualidade e tradição. Respeitando sempre. Temendo, nunca. Somos Farrapos de um novo tempo.
Hoje é dia de guerra outra vez. E eu vou pelear contigo. Porque eu sou um seguidor. E nada me separa. Nessa madrugada, meu povo fingiu ser Zeus e, munido de trovões, fez o sono deles virar um estrondoso pesadelo. Como as bombas de Waldomiro, os fogos explodiram nas nuvens e deram o recado: “Essa é a terra do Internacional, dono da América e do Mundo. Bem vindo ao inferno”. No crepúsculo do dia, o céu e o chão serão rubros como um demônio. A sinfonia ensurdecedora, a gritaria intermitente, o brado enlouquecedor e sem fim provará que, nas horas ruins, eu estou contigo. E os charruas dobrarão a espinha. Uma, duas, três vezes! Ou quantas forem necessárias.
Tal qual Jorge, eu vestirei minhas armas. Meu manto escarlate é mil vezes bendito. Purificado com o suor de Tesourinhas, Larrys e Figueroas. Imaculado pelo sangue de Índios, Bodinhos e Caçapavas. Eu trarei no peito o escudo que identifica o meu destino, traçado antes do berço. Por onde eu andar, nesse ou em qualquer mundo, ele estará comigo. É meu maior dever. Minha maior honraria. Eu não quero orações. Não preciso delas. Vou rezar meu grito, não importa a religião. Vou gritar minha reza, não importa o meu pulmão.
Embaixo do placar, sob a benção das barras. Na curva sul, tocado pelas bandeiras de quase quatro décadas. Não interessa o que passou. Não interessa o que disseram. A essência é sempre Inter. E nada mais.
Eu não quero milagres. Não preciso deles. Quem ergue um Gigante sobre as águas pode tudo. Eu não quero santos. Não preciso deles. Minha divindade é vermelha e feita de concreto. É só nela que eu creio. À sua frente, eu me ajoelho e reverencio sua grandeza infinita. Eu não quero promessas. Não preciso delas. Meu juramento de colorado é eterno e irrevogável. Enquanto o pendão encarnado e branco dançar no sopro do Minuano, eu sei que o Impossível duvidará de si mesmo.
Faz tua parte, guerreiro. Abre teus olhos. Porque hoje é dia de guerra outra vez.
E eu vou pelear contigo.
(Emanuel Neves)

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