2012 são águas passadas e, como no final de 2011, elaborei a minha lista
dos filmes mais importantes do ano. É uma seleção personalíssima das melhores
experiências que tive dentro de uma sala de cinema durante 2012, sem ordem de
preferência e sem limitação de número, mas só computando os filmes lançados
comercialmente no Brasil durante o ano (maravilhas como A Caça e No, por
exemplo, vistas em mostras ou festivais, ficaram de fora da competição). Na
seqüência, vai uma lista com menções honrosas. Para quem quiser dar uma olhada
na relação de TODOS os filmes que eu vi ou revi este ano, acompanhados cada
um de uma micro-resenha, é só procurar no blog os posts relativos ao Rewind 2012 No Cinema, dividido em três partes. Foram 255 produções, 57 a mais do que
em 2011. Que venha 2013!!!!
TOP FILMES
DE 2012:
o primeiro grande filme a chegar aos cinemas em 2012. Spielberg retribui a homenagem que ganhou de J.J. Abrahms em Super 8 com uma ode ao melodrama clássico produzido em Hollywood nas décadas de 30 e 40, em especial ao cinema do mestre John Ford. É filme para ver com o coração desarmado e só para quem consegue esquecer o cinismo dos tempos modernos por duas horas. Ou seja: cinema à moda antiga. Cavalo de Guerra (War Horse):
espionagem feita de e para adultos pensantes. O Espião Que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy):
3 -
15 - Frankenweenie (Frankenweenie): irresistível homenagem aos monstros clássicos da Universal dos filmes das décadas de 30 e 40. O primeiro curta de Tim Burton virou um longa lindamente fotografado em preto e branco que faz a alegria de qualquer cinéfilo com a quantidade absurda de referências aos clássicos do terror que embalaram a infância do cineasta. A melhor animação de 2012.
16 - Argo (Argo): que virada na carreira deu esse Ben Affleck. De ator pavoroso a diretor de mão cheia, o cara realiza aqui o seu melhor trabalho (e isso depois dos ótimos Medo da Verdade e Atração Perigosa). Tenso do início ao fim, Affleck é hábil ao desenvolver duas narrativas paralelas e um elenco gigantesco sem em momento algum perder o ritmo ou o foco. Tem sido apontado com uma das apostas certas no próximo Oscar e, quer saber, tem todas as ferramentas para pisar firme no tapete vermelho.
17 - Liv & Ingmar - Uma História de Amor (Liv & Ingmar): nada que foi lançado nesse ano tem o efeito emocional devastador desse documentário sobre a relação entre Liv Ullmann e Ingmar Bergman. Filmado de uma forma arrebatadora pelo indiano Dheeraj Akolkar em meio a recortes dos filmes de Bergman e a um comovente relato de Liv Ullmann, é o melhor e maior filme romântico de 2012. Mais do que uma lição de Cinema, uma lição de Humanidade. Chorei três vezes durante a projeção, o que, no meu caso, não é nem de longe pouca coisa. Lindo demais.
Menções
honrosas:
1 - A Vida Em Um Dia (Life In A Day)
2 -
Um Método Perigoso (A Dangerous Method)
10 -
007 - Operação Skyfall (Skyfall)
12 - 13
Assassinos (Jûsan-nin no shikaku)
13 - O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An
Unexpected Journey, em 3D)
E, de lambuja, dois filmes ruinzinhos de doer, mas que foram dois dos
maiores prazeres que senti dentro de uma sala de cinema durante o ano,
considerando que sou daqueles dinossauros que viveram a pré-adolescência nos
brilhosos anos 80:
Rock Of Ages - O Filme (Rock Of Ages): a história é uma bosta, a
dupla central (os bonitinhos, mas ordinários, Diego Boneta e Julianne Hough)
entrega performances medonhas e a direção de Adam Schankman, que acertara na
adaptação de outro musical da Broadway (Hairspray), oscila entre o excessivo e
o vergonhoso. Mas quer saber? É o filme mais desbragadamente oitentista desde,
bem, desde a década de 80! E quem viveu aquela época (pelo menos um pouquinho
dela) vai bater o pé, ensaiar um karaokê no meio do cinema e sair fazendo
guampinhas com a mão até os dedos ficarem com cãimbra. Essa cara-de-pau em ser
assumidamente um filme cafona, over e pegajoso como só o rock farofa dos anos
80 conseguia ser faz toda a diferença. E quem melhor incorpora esse espírito é
o impagável roqueiro Stacee Jaxx encarnado à perfeição por Tom Cruise, a
verdadeira alma do filme, um personagem que, para mim, desde já tornou-se
icônico. Quando lançarem em dvd, vou comprar e arranhar o disco de tanto rodar,
assim como eu fazia com os meus antigos LPs do Van Halen e do Def Leppard. Prometo. Pour Some Sugar On Me, babe,
'cause we built this city on Rock'n'roll.
Os Mercenários 2 (The Expendables 2): melhor do que o primeiro (ou seria menos pior?), apesar de repetir os mesmos erros, a começar pelo roteiro pavoroso que não consegue costurar com um mínimo de competência o fiapo de história que tem para contar. Como a própria razão de ser do filme é colocar em cena o máximo de brutamontes patrocinados pelo INSS que se consegue em uma hora e meia, atinge o seu objetivo com razoável competência. As cenas de ação também tiveram um upgrade com a saída de Stallone da cadeira de diretor (no seu lugar, entrou o graaaande cineasta Simon West, de clássicos da Sétima Arte como Con Air e A Filha do General). Não dá para se esperar muito de um produto que se contenta em fazer piadinhas autorreferentes com seus astros. Aliás, não se pode levar a sério um filme cujo vilão (um botocado Van Damme) se chama justamente Villain. Os melhores momentos vem justamente quando o filme cansa de fingir que é sério e abraça sem qualquer pudor o nonsense. E não há nada mais emblemático do que o "deus ex machina" incorporado por duas vezes na trama por Chuck Norris, com direito a excerto do Morricone e tudo.
Os Mercenários 2 (The Expendables 2): melhor do que o primeiro (ou seria menos pior?), apesar de repetir os mesmos erros, a começar pelo roteiro pavoroso que não consegue costurar com um mínimo de competência o fiapo de história que tem para contar. Como a própria razão de ser do filme é colocar em cena o máximo de brutamontes patrocinados pelo INSS que se consegue em uma hora e meia, atinge o seu objetivo com razoável competência. As cenas de ação também tiveram um upgrade com a saída de Stallone da cadeira de diretor (no seu lugar, entrou o graaaande cineasta Simon West, de clássicos da Sétima Arte como Con Air e A Filha do General). Não dá para se esperar muito de um produto que se contenta em fazer piadinhas autorreferentes com seus astros. Aliás, não se pode levar a sério um filme cujo vilão (um botocado Van Damme) se chama justamente Villain. Os melhores momentos vem justamente quando o filme cansa de fingir que é sério e abraça sem qualquer pudor o nonsense. E não há nada mais emblemático do que o "deus ex machina" incorporado por duas vezes na trama por Chuck Norris, com direito a excerto do Morricone e tudo.
O seu senso elétrico e semi-irônico de escrever é tudodebom. Tudo de bom junto. Porque é diferente. Parabéns pelo conteúdo de personalidade. Curto e sigo o blog. BACAAAAANA.
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