Quase um ano desde o último post
aqui no blog. Foi depois do show do Macca que isso aqui foi interrompido. Sem causa
específica, apenas uma preguiça danada, uma desmotivação que veio não sei de
onde e me pegou desprevenido, sem qualquer possibilidade de defesa.
No reveillon de 2011, cheirando a
maresia de Imbé e com a mente já apalermada pelos brindes infindáveis, ainda
inclui dentre todas as resoluções mentirosas essa de voltar a escrever aqui. Como
todas as outras promessas falsas, essa também foi esquecida no arquivo morto da
minha memória.
De vez em quando, deparava com
algum link que me lembrava da existência disso aqui. E me lembrava também dos
motivos que me levaram a criar esse endereço. Não era para divulgar coisa
alguma. Era para ser só um diálogo entre eu e eu mesmo. Uma peleia braba entre
o id, o ego e o superego. Um exercício de escrita para quem vive de escrever
textos engessados pelo pedantismo da oratória jurídica. Uma forma de libertar
as palavrinhas que insistiam em fazer cócegas nas pontas dos meus dedos
enquanto eu me dirigia a uma Vossa Excelência qualquer.
Virou algo mais, não sei bem o quê.
Alguns textos foram parar em querências improváveis da rede. Outros foram
visualizados por pessoas que eu sequer conheço pessoalmente. Estranho ainda
essa confraternização patrocinada pela vida virtual. Não que me incomode, mas
ainda sou nostálgico daquele tempo em que a gente se cutucava fisicamente e sem
precisar apertar teclinha nenhuma. Mas insisto: não foi esse o motivo do hiato.
Esse ano não foi planejado para ser sabático. Me falta auto-conhecimento até
para entender as minhas motivações, imagina para compreender a falta delas. Isso
aqui é uma forma de mexer no vespeiro, de tentar encontrar perguntas para as
respostas que já conheço.
E do mesmo jeito que a falta de
vontade de escrever chegou, ela se foi. Sem motivo aparente, sem um gatilho
desencadeante, eis que me veio ao acordar uma súbita necessidade de voltar a
falar comigo mesmo sem que alguém na rua pergunte se eu preciso de ajuda psiquiátrica.
Às vezes, me perguntava por onde
recomeçar? Como tudo na minha vida, a distância da interrupção só faz mais doída
a retomada. Academia, dieta, projetos profissionais, é tudo muito difícil de
ser revivido quando já não consigo mais visualizar no espelhinho retrovisor do
meu cotidiano.
Por isso, retomemos a piada de
onde nós paramos, com o papagaio, o português e o judeu já acomodados na mesa
do bar.
Ao postar esse texto aqui,
estarei apertando a tecla F5 desse endereço. Para o bem e para o mal.
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