O Homer Vitruviano

O Homer Vitruviano
Leonardo quase acertou.

Wel Come Maguila, Mas Manda Flores No Dia Seguinte

Bem-vindos, párias, desgarrados, nerds, loucos de toda espécie ou, caso esse negócio não der certo, boas vindas às minhas demais personalidades. Façam-se ouvir, façam-se sentir, façam-se opinar. E, caso falte energia ou acabe a bateria, faça-se a luz!


terça-feira, 16 de março de 2010

Alta Fidelidade, O Projeto - Parte ZERO: A Promessa, O Desafio e O Transtorno Obsessivo Compulsivo


Uma Leitura Nada Dinâmica

Não sei bem explicar os motivos, mas fiquei quase dois anos sem ler um livro inteiro. Logo eu, que enchia a boca para dizer que sempre fui cupim de biblioteca, que lia um livro no mínimo por mês, blábláblá.

O fato é que me fiz refém de um livro do Michael Moore chamado Cara, Cadê Meu País?, que tomei emprestado de um amigo, o lendário Johnny No Ass. Livro legal, bem humorado, mas monocromático. E datado. Aliás, a maior parte do livro já tinha sido aproveitada no documentário do cara, Fahrenheit 9/11. Por isso, lá pelas tantas, empaquei. A imagem do documentário ainda estava bem viva na memória, além do tema, cá entre nós, já ter perdido a validade há tempos, afinal de contas é um libelo do gorducho contra o segundo mandato de Bush Filho. Ora, foi escrito antes do George W. ser reeleito, lá no longínquo ano de 2004. Cara, estamos no segundo ano do mandato do Obama!!!!!!! Este era o drama.

O detalhe é que eu sofro provavelmente de TOC. Não tem outra explicação racional que justifique a minha total incapacidade de abandonar um livro pela metade. Filmes, então, nem se fala. Por isso, fiquei quase 730 dias preso por aquela obrigação, lendo uma página aqui, outra ali, mas carregando o manifesto do sr. Moore para todo lugar. E o livro conheceu praia, Serra, Uruguai, Argentina, até que decidi dar um basta na situação. Me obriguei a vencer as páginas que faltavam. Ufa!

Liberdade, liberdade...

Aí, me vi mirando a torre de livros mais próxima, uma que está perigosamente cambaleante ao lado do sofá da sala, ameaçando desabar sobre o primeiro incauto que sentar nas cercanias. E peguei um livro meio que aleatoriamente, só porque a trilha do filme estava no meu carro. Um livro que me escravizará nos próximos tempos.

Alta Fidelidade, de Nick Hornby, para mim era um grande filme do Stephen Frears, do ano 2000 (puta merda, como é que pode fazer já 10 anos????). Lembro que fui assistir sem expectativa nenhuma, gostava do Frears e do John Cusack, que fazia o protagonista, e só. Não sabia quem era Nick Hornby nem sabia do que se tratava exatamente. Basta dizer que voltei no dia seguinte, apenas 24 horas depois, para rever o filme, arrastando desta vez uma turma de amigos como testemunhas.

E o resto é história. O filme virou cult e tal. A trilha também. E o Jack Black nasceu para Hollywood ali mesmo. Para o bem ou para o mal.

No começo do ano, assisti a Julie & Julia, esse filme com a Meryl Streep que deu a ela a 300ª indicação ao Oscar. É sobre uma guria chamada Julie que, nos anos 2000, criou um blog e propôs a si mesma um desafio: pegar o primeiro livro de Julia Child, famosa pelos programas de culinária na tevê americana, e recriar todas as receitas descritas no compêndio. Eram 524 receitas a serem cozinhadas em 524 dias. Trabalho prá mais de metro, enfim.

Nas primeiras páginas de Alta Fidelidade, o livro, quando o protagonista Rob Fleming já desanda a criar listas e citar referências, tomei a decisão: vou imitar Julie Powell e me desafiar a algo parecido. Vou seguir uma a uma as citações e listas de Fleming. Algo como uma leitura interativa. Todos os discos serão ouvidos, todos os filmes vistos ou revistos. Mesmo os livros mencionados serão lidos. E todos comentados aqui, de alguma forma, seja com uma linha, uma palavra ou um post inteirinho para chamar de seu.

E só vou considerar que terminei realmente de ler Alta Fidelidade quando tiver percorrido todo o trajeto apontado por Rob Fleming. Esta é a idéia. Isto é o que eu prometo prá mim, procêis, pra évery bode macacada.

Confio, senão na minha força de vontade, pelo menos no transtorno obsessivo compulsivo. Este, sim, dará uma bela ajuda na empreitada.

Nunca pensei que um diria iria citar o Jigsaw, mas “let the games begin”.

Um comentário:

  1. Se o livro do Moore tu levou 2 anos, com esse desafio a mais, o livro do Nick tu levará 5. E ainda vai precisar de ajuda.

    Tony Moretti

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