O Homer Vitruviano

O Homer Vitruviano
Leonardo quase acertou.

Wel Come Maguila, Mas Manda Flores No Dia Seguinte

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Retrato de Dorian Gibson





Não sei vocês, mas eu cresci (nem tanto, é verdade) indo no cinema prá torcer pelo Mel Gibson. Ok, ok, também torcia pelo Harrison Ford, pelo Stallone e até mesmo pelo Schwarza, antes dele virar republicano.

Mas o Mel Gibson era foda. Máquina Mortífera e Mad Max, todos os filmes de cada uma das franquias, são legítimos formadores de personalidade. Não que o Mel tenha forjado policiais suicidas ou vingadores pós-apocalípticos dentre o público da minha época, mas a persona do protagonista falível personificada pelo australiano ajudou a cristalizar a figura do herói justo e de motivações nobres para a minha geração.

E, cá entre nós, o Mel soube tocar a carreira cinematográfica, algo que outros mocinhos oitentistas falharam vergonhosamente em lograr. Stallone passou 15 anos estrelando bombas indignas antes de parir Rocky Balboa em 2007, Schwarzenneger partiu para a política, outros tantos viraram astros de dvd e nunca mais conseguiram que um filme estreasse nos cinemas.

Mas Mel Gibson permaneceu aí, conseguiu prestígio como diretor e até levou o Oscar com Coração Valente. Depois, seguiu rodando filmes no mínimo interessantes, como Fomos Heróis, Hotel de Um Milhão de Dólares e Do Que As Mulheres Gostam. Até que fez Sinais em 2002 e sumiu do mapa.

Dirigiu A Paixão de Cristo e Apocalypto, dois bons filmes em que Mad Mel extravasou a sua obsessão por violência física e efeitos gore dignos dos filmes do Romero, mas nunca mais tinha pintado na frente das câmeras.

Até agora. Com O Fim da Escuridão (The Edge Of Darkness), Gibson volta a ser o ator que admirávamos. E ainda fazendo o papel do vingador que costumava interpretar lááááááááááá nos anos 80. O filme? Uma adaptação de uma minissérie britânica premiadíssima de 1985, dirigida pelo mesmo diretor do original (Martin Campbell, que já conseguiu ressuscitar Zorro na pele de Antonio Banderas e James Bond duas vezes, em Goldeneye como Pierce Brosnan e em Cassino Royale como Daniel Craig), mas que, apesar da premissa a la Jardineiro Fiel, acaba indo apenas um pouco mais além que um Desejo de Matar genérico. Pelo menos até a meia hora final, quando a história (pai sai em busca dos assassinos da filha e depara-se com conspirações políticas e corporativas) toma rumos que afastam o filme do lugar-comum.

Mas esse texto não é sobre a carreira de Mel Gibson nem sobre o correto (mas não memorável) novo filme do astro.

A pergunta que não quer calar é: QUE CATZU ACONTECEU COM MEL GIBSON EM POUCO MAIS DE SEIS ANOS?????

Como é que alguém que, em Sinais, mal e porcamente conseguia convencer como pai de dois pirralhos, de repente virou o velho enrugado que temos hoje em cartaz nos cinemas? E olhe que o cara tem 54 anos recém completados!!!! Harrison Ford, com 15 anos a mais, está muito mais inteiro. Aliás, não dá nem para acreditar que Mel Gibson tenha só 50 e poucos anos. A impressão é que Mad Mel, notório beberrão e fumante invertebrado, está pagando pelos excessos que cometeu ao longo da vida.

Por um lado, é bom tê-lo de volta como ator. Por outro, dificilmente o eterno Martin Riggs emplacará algum papel em comédias românticas...

Deveriam colocar a cara dele no verso dos maços de cigarro!

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